segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Vamos Refletir!!

  OLHE PARA DENTRO DESSE ESPELHO TODOS OS DIAS.

Espelho- Objeto de superficie refletora .quase indispensavel nos dias atuais, onde o que conta é a aparencia exterior. Na Idade Média o tempo de Francisco e Clara , o termo "espelho" era usado para se referir ao modelo,normas de conduta,manual de vida. Santa Clara  baseando-se nisso criou um dos simbolos mais belo de sua espiritualidade . O termo "espelho" ocorre doze vezes nos escritos de Santa Clara: Nas cartas a Inês de Praga e nos testamentos escritos em 1238 e 1253 .Percebe-se que o termo não é algo de uma fase de sua vida mas um aspecto fundamental em sua espiritualidade . O uso mais frequente e significativo se refere a Jesus Cristo . O "espelho" é a oração,diz Clara:" Ponha a mente no espelho da eternidade ,coloque a alma no esplendor da glória.Ponha o coração na figura da substancia divina e transforme-se inteira,pela contemplaçãona imagem da divindade" (3Ct In 12-23) Usando todo nosso coração, mente ,alma para nos unir a Deus e sairmos transformados "espelhados" no reflexo divino para que aqueles que nos olharem vejam o próprio Cristo não só internamente ,mas no profundo de nosso ser, luz divina que brilha e se manifesta ao mundo através de nossas ações.
      E nós, em que estamos nos "espelhando" como cristãos ,que diz amar a Deus?

                                                                               PAZ E BEM!!!!

sábado, 6 de agosto de 2011

Publico mensagem de Dom Canísio Klaus para o mes vocacional

Mês das Vocações

   Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul - RS

O mês de agosto, para a Igreja no Brasil, é dedicado à reflexão e oração pelas vocações. É o mês em que as comunidades são chamadas a refletirem sobre a forma de como estão cultivando as vocações, ao mesmo tempo em que elevam suas preces ao Deus providente para que “continue a passar pelos nossos caminhos, pelas nossas famílias, pelas nossas escolas e comunidades” repetindo o convite do seguimento a muitas crianças, jovens e adultos. O mês em que as comunidades rezam pedindo coragem às pessoas convidadas e força aos que abraçaram uma vocação específica “para que sejam fiéis como apóstolos leigos, como sacerdotes, como religiosos e religiosas para o bem do povo de Deus e de toda a humanidade” (João Paulo II).
A vocação é um dom de Deus que implica numa resposta da pessoa chamada. É uma graça que Deus dá às pessoas para ajudá-lo a concretizar o seu projeto de amor através da vida sacerdotal, religiosa, familiar e leiga.
Deus chama e dá o carisma. Se está diminuindo o número de famílias que dão testemunho de fidelidade a Jesus Cristo, e se são poucos os padres e religiosos e existe carência de pessoas para trabalharem na catequese, no serviço da caridade e na animação das comunidades, não é porque Deus deixou de chamar. A deficiência se deve ao fato de muitos dos chamados não se disporem ao seguimento, ou não encontrarem terreno propício para o cultivo da sua vocação.
Em razão de no dia 04 de agosto celebrarmos São João Maria Vianey, o Cura d’Ars, que é padroeiro dos padres diocesanos, o primeiro domingo do mês é dedicado à vocação sacerdotal. Para os padres e bispos da Diocese, a comemoração começou com dois dias de curso sobre a “identidade e espiritualidade do padre” e um dia de confraternização marcado pela missa de ação de graças, almoço e tarde de convivência no dia 04 de agosto. No final de semana os padres celebram com suas comunidades, unindo-se ao povo no pedido por mais vocações à vida sacerdotal e por fidelidade aos que foram chamados.
Nos domingos seguintes, celebraremos a vocação dos pais e a Semana Nacional da Família (14 de agosto); a vocação dos religiosos e das religiosas no dia 21 de agosto e a vocação dos cristãos leigos, com destaque para as catequistas, no dia 28 de agosto.
Convidamos a todos os batizados a se empenharem em viver e testemunhar, na alegria, a sua vocação a serviço do Reino de Deus. Que todos se unam às suas comunidades para orar por vocações ao longo dos quatro domingos do mês de agosto, atendendo ao mandato de Cristo: “Pedi ao Senhor da Messe que mande operários para a sua Vinha” (Lc 10,2).

ENTREVISTA DE NOSSA IRMÃ NO SEARA HELENA PALUDO A REVISTA ROGATE

NTREVISTA
ENTREVISTA
Consagradas e consagrados
mergulhados na realidade do povo
Na vivência dos conselhos evangélicos, testemunhando a
intimidade com Deus e uma fé profunda, a vida consagrada
secular está silenciosamente inserida no cotidiano da
sociedade civil como o fermento na massa
 P
Zanettin Paludo, em uma família de 13 irmãos,Helena lembra que desde muito cedo queria seguir uma vocação que pudesse“ajudar as pessoas”. Aos 12 anoschegou a fazer uma experiência na congregação
das Filhas da Caridade, mas sentiu que “não respondia aos anseios”. Cinco anos depois, um de seus irmãos, que era seminarista capuchinho, disse-lhe que havia um movimento de pessoas que viviam a vida consagrada sem deixar sua vida cotidiana.Helena se interessou por esta propostae relembra: “quanto mais me aprofundava no conhecimento da vocação, maioera a certeza de ter acertado em minha opção”. Em maio de 1976 fez seus primei
viver”. Nestes mais de 30anos de vida consagrada,Helena já foi Moderadora Geral do Instituto Franciscano Seara e se tornou a primeira representante do Brasil no Comitê Executivo da ConferênciaMundial dos Institutos Seculares. No momento, além da presidência da CNIS e de se dedicar à família, ela tem se preparado para atuar na área de discernimento vocacional, para tanto fez especialização em Relação de Ajuda e Aconselhamento,e cursa Logoterapia e a Escola Vocacional do serviço de animação vocacional do Regional Sul 3 (Rio Grande do Sul).
residente da Conferência Nacional dos Institutos Seculares(CNIS), Helena Paludo nasceu em São Brás, município de São Domingos(SC), mas reside em Curitiba (PR), onde recentemente se aposentou como assistente social do Serviço Público do estado do Paraná. Quinta filha de Biágio Paludo e Remitaros votos no Instituto Franciscano Seara e confessa:hoje sou feliz e posso transbordar para outras pessoas a alegria e o entusiasmo de alguém que temum sentido profundo de
Rogate:
O que a levou a ingressar no Instituto Franciscano Seara?
Helena:
Nunca me imaginei em um convento ou colégio. Pensava em uma vida dedicada às pessoas, sem sair do local onde eu estava e sem me desvincular dos meus pais, irmãos, vizinhos. Mas eu não sabia que havia uma vida consagrada aprovada pela Igreja que se apresentava assim. Aliás,eu nasci sete anos depois da aprovação da vida consagrada secular pelo papa PioXII. Ao conhecer o Instituto Franciscano Seara fiquei imediatamente apaixonada por ele, talvez também porque ajudei a construí-lo. Na época era ainda um movimento,que mais tarde se reconheceu como um  instituto secular. Deus me deu o Instituto Franciscano Seara, e me deu ao Instituto Franciscano Seara.
Rogate:
Qual a inspiração da vida consagrada secular?
Helena:
dos conselhos evangélicos de castidade,pobreza e obediência, com seus desdobramentos na vida pessoal e fraterna.O compromisso de castidade implica a opção exclusiva por Jesus como único amor
e, em decorrência, a renúncia ao matrimôni terreno. O compromisso de pobreza é opção de quem tem em Deus a sua única riqueza e implica o viver do próprio trabalho e usar dos bens de acordo com as leis
do evangelho, partilhando, portanto, e não acumulando para si. O voto de obediência tem sua raiz na vida de Jesus que fez em tudo a vontade do Pai, e implica em seguiras exigências que estão descritas nas constituições de cada instituto.

Nós, dos institutos seculares,queremos vida totalmente consagrada, masplenamente mergulhados na realidade do nosso povo, sendo um pequeno mas eficaz fermento evangélico. Por isso, nosso estarno mundo está estreitamente ligado aos valores seculares: a família, o trabalho, a cidadania, a arte, a cultura, as lutas e alegrias do povo. Toda a formação dos membros acontece no seio da sociedade civil,com acompanhamento de formadores e formadoras dos respectivos institutos.Nosso agir apostólico não exige que nos desloquemos de nossa comunidade, embora às vezes o compromisso missionário nos chame para além de nossas cidades e temos autonomia para fazermos por iniciativa pessoal, comunicando ao instituto nosso endereço e nossa proposta de trabalho. A consagração secular implica a vivência
Rogate:
Há dados estatísticos que apresentem um panorama da vida consagrada secular em todo mundo?
Helena:
também a grande maioria dos institutos mais antigos. O Anuário Católico da Igreja registra 44 institutos, enquanto a Conferência Mundial dos Institutos Seculares,segundo dados de 2005, registra 215 institutos
e 32.653 membros, com um decréscimo,comparado a 1995, onde eram 35.322 membros. O mesmo levantamento registra 5.689 membros na América Latina.Considerando que temos dois terços dos
institutos da América Latina, estimamos que no Brasil tenhamos cerca de 3.800 pessoas consagradas.
A questão estatística é uma das nossas dificuldades. Não podemos afirmar o número real de consagrados seculares no Brasil. Sabemos que a grande maioria de membros está na Europa, como
Rogate:
Este ano a senhora conclui seu primeiro mandato à frente da Conferência Nacional dos Institutos Seculares (2005-2009). Que balanço faz da sua gestão?
Helena:
Amália Aroso. Cada uma com seu empen
pelo momento histórico, percebemos que havia necessidade de um trabalho incisivo de ampliar conhecimento dos institutos seculares dentro da própria Igreja. Em vista deste objetivo, procuramos diferentes formas de divulgação: por meio da palavra, de documentos,aplicação de linguagem adequada,
divulgação de documentos da Igreja e até mesmo provocações que viessem a contribuir com a reflexão. Um dos âmbitos em que não medimos esforços foi para que o mês vocacional deixassede ser reducionista, contemplando todas as vocações presentes na Igreja. Especialmente emrelação à vida consagrada, celebrava-se o “Dia dos Religiosos”,sem nenhuma menção a outrasformas de vida consagrada presentes
no direito e na doutrina da Igreja. A vida consagrada secular era entendida por muitos como pertencenteà celebração da vocação dos leigos. A partir do ano passado começou-se a celebrar esta data como o “Dia da Vida Consagrada”, além de vermos desfilar ao longo dos domingos do mês de agosto toda a riqueza
de vocações e carismas da Igreja. Consideramos que isto seja um avanço importante.Outro aspecto significativo foi o início do site da CNIS (http://www.cnisbr.com),que/ ainda está em construção, sendo instrumento que ajuda a desvelar o rosto dos institutos seculares.
Entramos na caminhada que vinha sendo feita pelas pessoas que nos precederam. Para citar alguns nomes, as três últimas presidentes da CNIS foram: Inês Broshuis, Elza Gonçalves e Mariaho contribuiu para o avanço possível em cada tempo. Movidas
Rogate:
melhor esta tese?
Em um de seus artigos, “O sinal da vida consagrada secular”, a senhora alega que a proposta dos institutos seculares encaixa-se no período de vida de Jesus dos 12 até os 30 anos. Poderia nos explicar
Helena:
período de sua vida o Filho de Deus desaparece no anonimato, ocupando-se de tarefas comuns aos homens daquele tempo,como filho de um casal comum em um vilarejo. Neste tempo Jesus não aparecia como o Filho de Deus, mas toda a sua vida, bem como de sua mãe, era totalmente consagrada
ao seu Pai. Os consagrados seculares  querem viver como ele viveu. Nor
comuns de tal bairro, como filhos de tal família, como profissionais de tal área,como cidadãos que pagam seus impostos,participam da vida social e política de sua e lutas que todo o povo se envolve. Queremos
viver nossa consagração total e radical,sem privilégios nem distinções, apenas pela vida consagrada simples e pura, sem adereços e roupagens, sem títulos e sem proteções externas. Esse modo de vida, do
ponto de vista apostólico, é fermento silencioso,que desaparece enquanto a massa cresce, e isto é muito lindo! Mas representa uma forma de vida consagrada que exige pessoas que levem a sério o empenho de
uma vida espiritual e litúrgica, pagando pessoalmente o preço de sua opção e criando espaços de cultivo interior, na rotina – ou na falta de rotina – da vida civil.
Queremos falar da vida oculta de Jesus. Dos seus primeiros 30 anos sabemos de seu nascimento, apresentação no templo, fuga para o Egito e aos 12 anos ensinando no templo. No restante destemalmente, na vida civil, social e profissional, não se apresentam como pessoas consagradas, mas são conhecidas como moradoras
Rogate:
sociedade?
Em outro artigo, “Viver e atualizar o mistério da vida oculta de Jesus”, a senhora explica que a ‘discrição/segredo’compõe o estilo de vida de um membro de instituto secular. Isso é compreendido pela
Helena:
notados, e aí estabelecer relações coerente com o evangelho, sem parecer
do Instituto Franciscano Seara, gostava de dizer que somos como guerrilheiros,disfarçados no meio do exército convencional,que se infiltram e se apossam de seus segredos, para poder combater por
sua causa. A segunda parte da pergunta é a mais interessante. A sociedade nos compreende! E há pessoas que ficam admiradas e edificadas ao saberem que a Igreja tem esta forma de vida consagrada, em que
as pessoas vivem sua consagração nas condições ordinárias do mundo. A proposta de anúncio do reino, na vida consagrada secular, não é de anúncio explícito, mas pelo testemunho de vida. Aliás, muito difícil!Existem locais em que não se pode falar de Deus. Nestes lugares sempre se pode levar a presença de Deus no testemunho de uma vida que jorra da intimidade divina e que se robustece exatamente no empenho
para que as pessoas sejam tocadas pela presença de Deus na sutileza de pequenos gestos e atitudes que demonstrem que a fé vale a pena.
Esta pergunta é muito provocativa! É também muito importante! Quantomais discreto e sutil for nosso modo de viver, mais poderemos penetrar no interior das estruturas do mundo sem sermospiegas e beatas, minando silenciosamente as artimanhas do inimigo. Uma hora as pessoas saberão, mas aí já teremos feito algum progresso para o reino, mesmo que seja pequeno.Frei Eurico de Melo, OFMcap, fundador
Rogate:
quais são as reações mais comuns?
Quando um companheiro de trabalho, ou vizinho, ou ainda alguém que começa a nutrir um especial afeto pelo consagrado ou consagrada, descobre que a outra pessoa é consagrada secular... Em geral
Helena:
que apostava que em seis meses eu seria sua namorada. Há poucos dias encontrei-o na rua e ele me reconheceu de imediato,embora eu não o tenha reconhecido.Passaram-se no mínimo 25 anos e eu lhe
disse que definitivamente ele perdeu a aposta. Fatos como este colocam em cheque a solidez da formação e a convicção
maduro a fortalece, mas quem não teve em Deus sua verdadeira motivação, logo se fragiliza e, muitas vezes, sucumbe.É um dos grandes desafios da secularidade consagrada!
Isto acontece mesmo! As primeiras coisas que normalmente se ouvem são: “Que desperdício!”. “Você optou por esta vida porque não encontrou casamento?”.Já fui desafiada por um colega de equipe,pessoa pela escolha feita. A fidelidade provada numa pessoa que fez um discernimento
Rogate:
Quanto à diocese e à comunidade na qual a pessoa consagrada secularestá inserida, qual deve ser a relação e que trabalhos poderiam ser executados?
Helena:
institutos têm campos prioritários de atuação social e/ou pastoral, mas em princípio todos os trabalhos podem ser assumidos na obra da evangelização, de acordo com as possibilidades
de cada pessoa. Embora alguns institutos não revelem a identidade de consagrado ou consagrada secular, mesmo em ambientes eclesiais,cremos que este é o lugar onde podemos viver a alegria de nossa vocação revelada e partilhada.
A atitude de um membro de instituto secular na Igreja sempre deve ser de comunhão.A relação é como dequalquer fiel, com a diferença de que seu compromisso deve ser maior na fidelidade e ajuda,sempre que a Igreja precisar e na medida das habilidade e dons de cada pessoa.Quanto aos trabalhos, alguns
Rogate:
Como desenvolver a animação vocacional frente à necessária ‘discrição’ do estilo de vida da consagração secular?
Helena:
vocações. Acreditamos que este é um espaço privilegiado onde a vocação deve ser divulgada abertamente.
A animação vocacional deve acontecer no contexto de toda a Igreja. Os membros e responsáveis dos institutos seculares devem inserir-se nas equipes de animação vocacional como todas as outras
Rogate:
Por que a animação vocacional tem dificuldade de “animar” esta vocação específica?
Helena:
A CNIS tem trabalhado para atingir estes objetivos em âmbito geral, mas cada instituto deve fazer a sua
parte em âmbito local. Não é de agora que a CNIS trabalha para colocar materiais de divulgação na mão dos institutos e dos serviços de animação vocacional, e continuamos esta tarefa, que deve ser permanente.
Em primeiro lugar há desconhecimento desta vocação e ela é confundida com consagração leiga, com vida religiosa, porque não se conhece sua identidade própria. Em segundo lugar, os institutos seculares devem assumir a iniciativa na divulgação e valorização de sua própria vocação, inserindo-se nas equipes diocesanas e paroquiais.
Rogate:
Por que ainda em muitas orações,ou artigos, a Igreja se refere aos religiosos e religiosas, e não à vida consagrada de forma mais ampla?
Helena:
O crescimento dos institutos seculares não acontece de forma espontânea.O que se consegue de estímulo é com grande empenho. Trabalhamos para abrir brechas também nos espaços eclesiais,
Esse modo de vida,do ponto devista apostólico,
é fermento
silencioso, que
desaparece
enquanto a
massa cresce...
como costumamos fazer no mundo do trabalho, para introduzir novas relações que se coadunem com o evangelho. Por enquanto somos especialistas em abrir brechas e aproveitar brechas. Em muitas orações e nos escritos da Igreja somos ignorados, como se não tivéssemos cidadania. Este fato está vinculado à tradição de rezar pelas “vocações sacerdotais e religiosas”, que perdurou durante séculos. Passados 60 anos da Constituição Apostólica
na linguagem da Igreja e do povo de Deus.
Provida Mater Ecclesia, que reconheceu os institutos seculares, ainda perdurava a mesma condição aqui no Brasil. Com nossa insistência e perseverança,nos últimos dois anos, se começoua celebrar o domingo da“vida consagrada”, de forma mais abrangente. Mudar no papel é um bom começo, mas é só o começo. Demorará ainda um tempo para que esta visão se incorpore na tradição e
Rogate:
do serviço de animação vocacional...
É um dos desafios
Helena:
ainda se sente no ar um clima de concorrência!
Os institutos seculares não estão
aqui para concorrer com as formas de
vida consagrada anteriormente consolidadas.
Somos um dom do Espírito à sua Igreja
e não podemos deixar este dom congelado,
urgidos por um apelo que vem daquele
que nos chama. Na Igreja há espaço para
todas as vocações e para todos os dons, e,
em contrapartida, todos os fiéis têm direito
de conhecer os projetos de vida que o
Senhor, pela Igreja, coloca à sua disposição.
A riqueza da Igreja se revela nos inumeráveis
dons e carismas, e ninguém tem
o direito de guardar só para si o que Deus
reservou para muitos, como ninguém pode
prender o Espírito.
Em certas ocasiões
Rogate:
divulgação do Dia da Vida Consagrada (02
de fevereiro)?
Ao que se deve a falta de mais
Helena:
nós, pois é a data que marca o
reconhecimento dos institutos
seculares pelo papa Pio
XII. Porém, a dificuldade de
divulgar a vida consagrada não
pode ser vista de maneira
simplista. Na Igreja existe
uma grande preocupação com
a “manutenção”, para a qual
têm prioridade as vocações
aos ministérios ordenados.
Não creio que se deva desviar
o foco destas vocações, mas
junto com estas se faz necessário
o cultivo de toda a riqueza
vocacional da Igreja, pois o
corpo da Igreja se compõe de
diversos membros, para os diversos
serviços e ministérios,
nos quais ela encontra sua inteireza.
A pessoa consagrada
deve fazer tudo o que puder para colaborar
com a missão da Igreja, e isto é parte
essencial. Na missão do
ser sempre os primeiros a perceber onde
somos necessários, e não podemos nos
acomodar enquanto tantos arriscam a vida
pelo evangelho. Temos que estar bem despertos,
na linha de frente! Mas para que
existam mais pessoas que se encantem e
doem a vida nesta vocação, que é serviço
ao povo de Deus e sinal de sua primazia na
vida das pessoas, precisamos trabalhar pela
Este dia é muito especial paraserviço, temos que
A riqueza da
Igreja se revela
nos inumeráveis
dons e
carismas, e
ninguém tem
o direito de
guardar só
para si o que
Deus reservou
para muitos,
como ninguém
pode prender
o Espírito
como dom do Senhor à sua Igreja, como
instrumento de santificação e modelo de
seguimento de Jesus. A vida consagrada,
assim como as vocações ao sacerdócio e
ao laicato cristão, necessita ser estimulada,
cultivada, reconhecida e valorizada a
partir de sua essência. A sociedade, com
algumas exceções, reconhece o valor dos
trabalhos das pessoas consagradas, especialmente
em escolas, hospitais, obras sociais,
mas ainda enxerga como opção para
os filhos das
seus próprios filhos e filhas. E hoje, em
famílias tão pequenas, ter pessoas consagradas
seria deixar de garantir a continuidade
da família!
valorização das vocações à vida consagrada,outras famílias, não para os
Rogate:
os conselhos evangélicos de pobreza,
castidade e obediência. É um sinal de que é
possível construir um mundo diferente?
A vida consagrada secular professa
Helena:
de que Deus continua amorosamente apaixonado
pelo mundo, e chama alguns de
seus filhos e filhas para irem a todos os
lugares, em todas as profissões, em todos
os espaços sociais, para demonstrar com a
própria vida que Deus ama a humanidade,
com toda a carga de história e de vida que
traz consigo. Os conselhos evangélicos são
um chamado de Deus a poucas pessoas,
para o bem do reino. Não se justificam e
não se sustentam fora da realidade eclesial,
porque se destinam a uma obra de santificação,
que supera a realidade pessoal.
Sob este ponto de vista, só se pode vivêlos
integralmente na comunhão eclesial e
servindo-se dos recursos que a Igreja coloca
à disposição de todos para a santificação:
a vida sacramental, litúrgica, a Palavra
de Deus e os exercícios de contemplação
e cultivo da espiritualidade própria de
cada família de vida consagrada. Não existe
vida totalmente consagrada fora deste
contexto. Não se pode dizer que tem solidez
uma opção radical por Jesus Cristo em
alguém que fica sem frequentar os sacramentos
da penitência e da eucaristia, sem
contato assíduo com a Palavra de Deus e
sem participar da vida litúrgica da comunidade
onde se vive. Em Maria de Nazaré,
a mulher consagrada a Deus de forma excepcional,
as pessoas consagradas encontram
o modelo acabado de pessoa consagrada,
do seguimento de Jesus e de vivência
eclesial. Ela é nossa mestra, a primeira
discípula na escola de Jesus, que não
reservou absolutamente nada para si, mas
tudo entregou a ele. Os conselhos evangélicos
representam esperança na construção
de um mundo diferente. Mas é construção
no seio do mundo que está aí, para,
aos poucos, inserir valores e vivências que
o transformem por discretas e pequenas
ações, que animem o crescimento do mundo
que Deus deseja.
Cremos que este é um sinal
Rogate:
envolvidas no serviço de animação vocacional...
Uma mensagem para as pessoas
Helena:
sementes da lavoura de Deus! Acreditem
na essencialidade de seu trabalho e façam
esta animação sempre pedindo as luzes do
Espírito Santo, para que as pessoas que
passarem por vocês possam dizer que encontraram
uma luz que os fez divisar a vontade
de Deus a seu respeito! A Igreja precisa
dos frutos das sementes que vocês
cultivam. Que Maria cuide de todos e cada
um dos animadores vocacionais e os faça
cada dia mais vibrantes testemunhas do
amor com que o Senhor ama a cada pessoa,
especialmente os nossos jovens.
Vocês são os cultivadores das